Tal como vem sendo hábito a nossaComunidade de Leitores irá realizar-se na última 4.ª feira do mês, neste caso, no dia 30 de novembro, pelas 17,30h.
Esperamos poder contar com o grupo do costume e que cada um " traga um amigo também". Mesmo que tenham muito para fazer (isso é o nosso dia a dia...) aproveitem para vir e retemperar a alma.
Mas há outro motivo (se é que precisam de um...) para vir à BE. A partir de dia 29 temos a Feira do Livro, com boas sugestões para o Natal que se aproxima.
Não deixem que a crise vos consuma, venham e vejam a nossa feira.
Poeta, autor dramático, ficcionista, crítico, ensaísta, tradutor e artista
Plástico português, nasceu a 9 de agosto
de 1923, em Lisboa, e morreu a 26 de novembro de 2006, também naquela cidade.
Depois
de ter estudado no Liceu Gil Vicente, entrou para Arquitetura da Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, onde frequentou o primeiro ano, e mudou
depois para a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Depois de ter
frequentado esta escola, prosseguiu estudos de belas-artes em Paris, tendo,
ainda, estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Figura maior do
surrealismo português, a influência que viria a exercer sobre as gerações
poéticas reveladas nas décadas posteriores aos anos 50, período durante o qual
publicou alguns dos seus títulos mais significativos, ainda não foi
suficientemente avaliada. Promoveu a técnica conhecida por "cadáver
esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por um grupo de
pessoas, num processo em cadeia criativa, na qual cada uma dava seguimento à
criatividade da anterior, resultando numa espécie de colagem de palavras, a
partir apenas de um acordo inicial quanto à estrutura frásica.
Colaborou
em várias publicações periódicas comoJornal
de Letras e ArteseCadernos do Meio-Dia,entre
outras. Começou por se interessar pelo movimento neorrealista - ainda que essa
breve incursão não tenha ultrapassado mais que uma postura irónica e paródica,
firmada em Nicolau Cansado Escritor- para, em 1947,
regressado de Paris, onde frequentou a Academia de La Grande Chaumière e onde
conheceu André Breton, fundar o movimento surrealista português.
A
sua postura polémica na defesa de um surrealismo autêntico levou-o, porém, a
deixar o grupo no ano seguinte, para criar, com Pedro Oom e António Maria
Lisboa, o grupo surrealista dissidente.
Como
um dos principais críticos e teóricos do movimento surrealista, manteve ao
longo da sua carreira inúmeras polémicas literárias, quer contra os detratores
do surrealismo quer contra os que, na prática literária, o desvirtuavam.
A
sua obra poética começou por refletir, emCorpo
VisívelouDiscurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano, o gosto pela observação irónica da realidade urbana
que, fazendo-se eco de Cesário Verde, constitui ainda uma fase pouco
significativa relativamente a volumes próximos da prática surrealista comoManual
de Prestidigitação. Aí, a mordacidade e o absurdo, o
recurso ao insólito, aliados a uma discursividade que raramente envereda por umnonsenseradical,
como ocorre na obra de António Maria Lisboa, permitem estabelecer, como nenhum
outro autor da década de 50, um ponto de equilíbrio entre o primeiro modernismo
e a revolução surrealista.
No
domínio do teatro, emUm Auto Para Jerusalém, pastiche de um conto de Luís Pacheco, revela a
influência de Pirandello ou da prática teatral de Alfred Jarry. No fim da
década de 60 e início de 70, Mário de Cesariny encetou um trabalho de reposição
da verdade histórica do movimento surrealista, coligindo os seus manifestos,
editando a obra poética inédita de alguns dos seus representantes, e dando ao
prelo textos seus datados do período de maior envolvimento com a teoria e
prática do surrealismo, como19 Projetos de Prémio Aldonso Ortigão seguidos de
Poemas de Londres(1971), ouPrimavera
Autónoma das Estradas(1980) ou o romanceTitânia(1977).
Recebeu
o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas 2002, e, em 2005, a Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade, entregue pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio. Em
novembro desse mesmo ano, seria ainda galardoado com o Grande Prémio Vida
Literária, numa homenagem à sua notável contribuição para a literatura
portuguesa.
Mário Cesariny de Vasconcelos. InInfopédia, Porto:
Porto Editora, 2003-2011. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$mario-cesariny-de-vasconcelos>.
INTERPRETAÇÃO: Rachel Weisz, Ashraf Barhom, Max Minghella, Oscar Isaac
ARGUMENTO: Alejandro
Amenábar
Espanha, 2009
126 min.
SINOPSE:
Século IV. No
Egipto, sob o poder do Império Romano, violentos confrontos sociais e
religiosos invadem as ruas de Alexandria… Presa entre paredes, sem poder sair
da lendária livraria da cidade, a brilhante astrónoma, Hypatia, com a ajuda dos
seus discípulos, faz tudo para salvar os documentos da sabedoria do Antigo
Mundo… Entre os discípulos, encontram-se dois homens que disputam o seu
coração: o inteligente e privilegiado Orestes e o jovem Davus, escravo de
Hypatia, dividido entre o amor secreto que nutre por ela e a liberdade que
poderá ter ao juntar-se à imparável vaga de Cristãos.
Uma palavra de conselho e um conselho sem palavras
de Mia Couto
Sou escritor e cientista. Vejo as duas actividades, a
escrita e a ciência, como sendo vizinhas e complementares. A ciência vive da
inquietação, do desejo de conhecer para além dos limites. A escrita é uma falsa
quietude, a capacidade de sentir sem limites. Ambas resultam da recusa das
fronteiras, ambas são um passo sonhado para lá do horizonte. A Biologia para
mim não é tanto uma disciplina científica mas uma história de encantar, a
história da mais antiga epopeia que é a Vida. É isso que eu peço à ciência: que
me faça apaixonar. É o mesmo que eu peço à literatura.
Muitas vezes jovens me perguntam como se redige uma peça
literária. A pergunta não deixa de ter sentido. Mas o que deveria ser
questionado era como se mantém uma relação com o mundo que passe pela escrita
literária. Como se sente para que os outros se representem em nós por via de uma história? Na verdade, a
escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz
uma operação aritmética. A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro
modo de pensar que está para além da lógica que a escola e o mundo moderno nos
ensinam. É uma outra janela no nosso olhar sobre as coisas e as criaturas. Sem
a arrogância de as tentarmos entender. Só a ilusória tentativa de nos tornarmos
irmãos do universo.
Não existem fórmulas feitas para imaginar e escrever um
conto. O meu segredo (e que vale só para mim) é deixar-me maravilhar por
histórias que escuto, por personagens com quem cruzo e deixar-me invadir por
pequenos detalhes da vida quotidiana. O segredo do escritor é anterior à
escrita. Está na vida, está na forma como ele está disponível a deixar-se tomar
pelos pequenos detalhes do quotidiano.
O conto é feito com pinceladas. É um quadro sem moldura, o
início inacabado de uma história que nunca termina. O conto não segue vidas
inteiras. É uma iluminação súbita sobre essas vidas. Um instante, um relâmpago.
O mais importante não é o que revela mas o sugere, fazendo nascer a curiosidade
cúmplice de quem lê. No conto o que é importante não é tanto o enredo mas o
surpreender em flagrante a alma humana. No conto (como em qualquer género
literário) o mais importante não é o seu conteúdo literário mas a forma como
ele nos comove e nos ensina a entender não através do raciocínio mas do
sentimento (será que existem estas categorias, assim separadas?).
Na ciência (como em outras actividades) o mais importante
não é o que chamamos científico. É o lado humano. Criou-se uma ideia de que o
cientista é isento de erro, uma espécie de ser privilegiado que apenas trilha
pelos atalhos do rigor e da exactidão. Criou-se a ideia de que o erro é inimigo
da ciência. Essa aversão pelo erro é o mais grave dos erros. É vital errarmos,
e devemos afastar o medo de errar. Devemos manter o gosto por experimentar,
mesmo cometendo falhas. A natureza foi evoluindo graças ao erro básico que é a
mutação. Se os genes nunca falhassem na sua duplicação não haveria a
diversidade necessária para a continuidade da Vida. Os processos vitais exigem,
ao mesmo tempo, o rigor e o erro. Não podemos ter medo de não saber. O que
devemos recear é o não termos inquietação para passarmos a saber.
O meu amigo Quintanilha vos poderá falar da descoberta do
primeiro antibiótico por A. Fleming. Aquele cientista não fazia a mínima ideia
do que estava acontecendo quando notou que uma mancha estranha surgia nas
placas de Petri do seu laboratório. Ele estava pesquisando um assunto bastante
diverso. Foi por acidente que ele descobriu a penicilina. Foi por acidente que
se descobriu um medicamento que salvou milhões de seres humanos. A dupla de
Watson e Crick resolveu o problema da arquitectura tridimensional do ADN não
apenas porque estudou a sua estrutura mas porque foi capaz de sonhar e
deixar-se assaltar por intuições estéticas. Conta-se (não sei se é ficcionado)
que experimentando modelos de plasticina um deles virou-se para o outro e
disse: parece-me que é assim. E o outro perguntou: como é que sabes? E a resposta
foi: porque é bonito.
Não é a grande descoberta científica que pode ser motivo
de um pequeno conto, não é o facto científico em si mesmo. O que interessa para
o conto é o conflito interior das pessoas, o pequeno detalhe de quem se
surpreende e se descobre um outro. O que pode suscitar uma pequena história é
quanto por trás do cientista reside um homem, com suas ignorâncias, suas
incertezas e suas crenças muito pouco científicas. Imaginemos, por exemplo, que
surpreendemos o dia-a-dia de um astrónomo que passa a vida espreitando a
escuridão do Universo, espiando os buracos negros. E que descobrimos que, à
noite, ele tem que dormir de luz acesa e só adormece de mão dada com a mulher
porque tem receio do escuro do seu quarto. Aqui pode estar um motivo de uma bela
história. No fundo, mesmo o mais moderno e consagrado cientista está ainda em
confronto com os nossos mais antigos fantasmas. A ciência é uma resposta. Não a
resposta.
Portanto, o único conselho é este: escutar. Tornarmo-nos
atentos a vozes que fomos encorajados a deixar de ouvir. Tornemos essas vozes
visíveis. E mantermos viva essa capacidade que já tivemos na nossa infância de
nos deslumbrarmos. Por coisas simples, que se localizam na margem dos grandes
feitos. Um contínuo da escola, um servente que presta apoio às aulas
laboratoriais, pode ser mais sugestivo que o mais prestigiado académico. O que
importa do ponto de vista do escritor é a capacidade que essa personagem tem de
suscitar histórias e de nos revelar facetas da nossa própria humanidade.
A terra onde nasci e onde vivo – Moçambique – é um país
pobre e apenas um pequeno grupo tem acesso àquilo que chamamos ciência. Mas
existem nas zonas rurais gente que, sendo analfabeta, é sábia. Eu aprendo muito
com esses homens e mulheres que têm conhecimentos de outra natureza e que são
capazes de resolver problemas usando uma outra lógica para a qual o meu cérebro
não foi ensinado. Este mundo rural, distante dos compêndios científicos, não
tem menos sabedoria que o mundo urbano onde vivemos.
Regresso, por fim, ao universo da escrita literária. Só se
escreve com intensidade se vivemos intensamente. Não se trata apenas de viver
sentimentos mas de ser vivido por sentimentos. A escola muitas vezes “aconselha”-nos a olhar o mundo através de uma
só janela. E acreditarmos que só é verdade aquilo que for sujeito ao veredicto
da ciência. Assim fechamos a nossa disponibilidade para outras verdades.
Ficamos mais pobres, mais centrados no nosso isolamento.
Há quem acredite que a ciência é um instrumento para
governarmos o mundo, Mas eu preferia ver no conhecimento científico um meio
para alcançarmos não domínios mas harmonias. Criarmos linguagens de partilha
com os outros, incluindo os seres que acreditamos não terem linguagens.
Entendermos e partilharmos a língua das árvores, os silenciosos códigos das
pedras e dos astros.
Conhecermos não para sermos donos. Mas para sermos mais
companheiros das criaturas vivas e não vivas com quem partilharmos este
universo. Para escutarmos histórias que nos são, em todo momento, contadas por
essas criaturas.
"Hoje é
dia 24 de Novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, em homenagem a Rómulo
de Carvalho: professor, metodólogo, investigador, e autor de manuais escolares,
de livros de divulgação científica e de poesia, estes últimos sob o pseudónimo
de António Gedeão.
Em
1996, Mariano Gago, o então Ministro da Ciência e da Tecnologia e admirador da
obra de Rómulo de Carvalho que completava 90 anos, propôs uma homenagem
nacional ao talentoso professor. Mariano Gago já havia prefaciado, em 1992, o
livro “A Física no dia-a-dia”, onde dá conta do valor de Rómulo de Carvalho, mas
considerou que era oportuna a iniciativa de uma homenagem maior. Na notícia do
jornal“Público” de 24 de Novembro de 1996, propôs que aquele dia do ano se
tornasseDia da Cultura Científica.Esse dia devia ser«momento privilegiado, todos os anos, de balanço, de
reflexão e de acção sobre o papel do conhecimento no nosso futuro».
Rómulo
de Carvalho publicou cerca de cem obras, desde livros sobre a história da
ciência aos seus cadernos de divulgação científica, não esquecendo os manuais
escolares, ainda na memória de muitos como os “cadernos do Pedrito” (modo carinhoso de referir os seus livros de Ciências da
Natureza) ou os compêndios de Física do ensino secundário.
Publicou
dois livros de divulgação de ciência em três números da colecção “Biblioteca Cosmos”, dirigida por Bento de Jesus Caraça, que foi um
marco da divulgação de ciência nos anos 40. Foi mentor e autor da coleção “Ciência para Gente Nova”, onde publicou oito dos nove livros dessa coleção. Tratam de
histórias de ciência ou de desenvolvimentos tecnológicos: o do telefone, da
fotografia, dos balões, da eletricidade estática, do átomo, da radioatividade,
dos isótopos e da energia nuclear. Alguns desses títulos chegaram à terceira edição.
A “História dos Balões”, conheceu mesmo uma quarta edição nos anos 90.
Rómulo
de Carvalho procurou dirigir-se em «Física para o Povo»,não a
uma elite instruída ou interessada em ciência mas a toda a gente. Publicou esse
livro «com a intenção de promover a cultura popular», como ele próprio escreve
nas suas «Memórias». A reedição, em 1995, saiu com o novo título de“A Física no dia-a-dia”por
decisão de Rómulo de Carvalho que escreve «…não me pareceu bem aquela referência ao povo depois do 25
de Abril.».
Um dos
vários trabalhos, com o objetivo de promover a ciência e o conhecimento
científico e tecnológico, que Rómulo de Carvalho abraçou após a sua aposentação
foram os 18"Cadernos de Iniciação Científica",onde recorreu a uma linguagem atraente no discurso e na
imagem. O valor destes cadernos justifica que eles tenham sido reunidos num só
volume, em 2004, com a chancela da Relógio D’Água. Nesse volume encontra-se uma
abordagem científica de temas basilares da ciência como os constituintes da
matéria, a energia, ondas e corpúsculos, magnetismo e eletromagnetismo."
Helena Aires Rodrigues,Professora de Física e
Química na Escola Secundária de D. Duarte – Coimbra e Doutoranda em Ensino das
Ciências – ramo de Física. (retirado do blog Rerum Natura)
António
Gedeão
Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu
velho pisano,
aquele teu retrato
que toda a gente conhece,
em que a tua bela
cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto
cabeção de pano.
Aquele retrato da
Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo!
Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos
Ofícios.)
Aquele retrato da
Galeria dos Ofícios da requintada Florenca.
Lembras-te? A Ponte
Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria
Eu sei... Eu sei...
As margens doces do
Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade,
Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em
Florença
está guardado um
dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra
que está!
As voltas que o
mundo dá!
Se calhar até há
gente que pensa
que entraste no
calendário.
Eu queria
agradecer-te, Galileo,
a inteligência as
coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões
de homens como eu
a quem tu
esclareceste,
ia jurar -- que
disparate, Galileo!
-- e jurava a pés
juntos e apostava a cabeca
sem a menor
hesitação --
que os corpos caem
tanto mais depressa
quanto mais pesados
são.
Pois não é
evidente, Galileo?
Quem acredita que
um penedo caia
com a mesma rapidez
que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a
inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a
lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que
tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua
frente
um friso de homens
doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te
severamente.
Estavam todos a
ralhar contigo,
que parecia
impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse
tornando num perigo
para a Humanidade
e para a
Civilizacão.
Tu, embaraçado e
comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio
de piedade,
os rostos
impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos
habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das
suas alturas
e poisaram, como
aves aturdidas -- parece que estou a vê-las --,
nas faces grávidas
daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo
a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas
eminências desejavam,
e dirias que o Sol
era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros
bailavam e entoavam
à meia-noite
louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca
mais repetirias
nem a ti mesmo, na
própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis
heresias
que ensinavas e
escrevias
para eterna
perdição da tua alma.
Ai, Galileo!
Mal sabiam os teus
doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo,
empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e
a rolar pelos espaços
à razão de trinta
quilómetros por segundo.
Tu é que sabias,
Galileo Galilei.
Por isso eram teus
olhos misericordiosos,
por isso era teu
coração cheio de piedade,
piedade pelos
homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus
dispensou de buscar a verdade.
Por isso
estoicamente, mansamente,
resististe a todas
as torturas,
a todas as
angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do
alto inacessível das suas alturas,
O herói desta coleção é Tintim, um jovem repórter e viajante belga. Nas suas aventuras conta com a preciosa ajuda do seu fiel cão, Milu, Os dois apareceram pela primeira vez a 10 de janeiro de 1929, no Le Petit Vingtième, um suplemento do jornal Le Vingtième Siècle destinado ao público infantil. Mais tarde, juntaram-se ao elenco o Capitão Haddock e os gémeos Dupond e Dupont entre outras personagens pitorescas.
Esta banda desenhada é muito apreciada pela qualidade dos seus expressivos desenhos bem como pelo estilo ligne claire típico de Hergé. O autor cria histórias bem elaboradas cheias de aventuras, plenas de fantasia, mistério, espionagem, e até de ficção científica, tudo bem temperado com humor e alguma sátira.
Os livros de Tintim são um sucesso e já foram alvo de adaptação para televisão (versões animadas que poderão ser requisitadas na nossa Biblioteca) e para cinema. A última adaptação em filme e aquela que, talvez, dá a conhecer Tintim à nova geração é a realizada por Steven Spielberg e Peter Jackson. Intitula-se As Aventuras de Tintim: O Segredo de Licorne e conjuga os livros O Caranguejo das Tenazes de Ouro, O Tesouro de Rackham, o Terrível e O Segredo do Licorne.
Aqui fica o trailer, para abrir o apetite para a leitura e para o filme (atualmente, nos cinemas)...