sexta-feira, 14 de junho de 2013

CADAVRE-EXQUIS

A Professora Cristina Patrício e os alunos do 11ºD dinamizaram, na Biblioteca Municipal  da Covilhã,  0 Workshop de Cadavre-exquis dirigido aos alunos do 2ºciclo do Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã e que ocorreu entre os dias 20 e 29 de maio. No fim das duas semanas de decurso deste projeto, 363 crianças e jovens passaram pela BMC para verem a exposição “cadavre-exquis” e, em simultâneo, participarem nos workshop numa viagem ao surrealismo pelo mundo das letras e das artes visuais. Desse trabalho resultaram desenhos e textos maravilhosos que depois da exposição na Biblioteca Municipal se encontraram também expostos no átrio da nossa escola. Os textos chegam agora às paredes da nossa biblioteca. Assim, convidamos todos aqueles que ainda não tiveram oportunidade de ver/ler estes cadavre-exquis a fazê-lo. Vale mesmo a pena!

Deixamos aqui o texto de apresentação do workshop e o texto de introdução da exposição e workshop para as turmas visitantes, ambos da autoria da Professora Cristina Patrício a quem agradecemos a partilha. 


"A ESCM levou arte à Biblioteca Municipal. Artes plásticas e literatura cruzam-se na arte sob a forma de desenhos, pinturas e textos criativos à luz do surrealismo.
Os alunos de artes da ESCM “exploraram”, “mostraram” e “ensinaram” cultura e arte aos mais novos. Crianças e jovens dos 6 aos 12 anos aprenderam a jogar, desenhando e escrevendo o imaginário de cada um, numa viagem pelo mundo do sonho e da fantasia proposta pelo surrealismo, pela mão destes alunos. Ninguém melhor que as crianças e jovens explora os sonhos e o imaginário com um lápis na mão sobre uma folha de papel.
A cultura e a arte são expressões da humanidade e existem em cada um de nós. Na arte, ninguém sonha tão alto e se exprime de uma forma tão pura como as crianças.

 “Aos seis anos eu pintava como Rafael, passei uma vida inteira para (saber ou aprender) desenhar como uma criança.”

Pablo Picasso"
Professora Cristina Patrício


Sabem o que é arte?
Arte é tudo o que representa uma obra bela, feita pelo homem, que todos nós podemos fazer mostrando o que estamos a sentir.
A arte pode ser uma música muito bonita que alguém compõe ou toca, pode ser um poema que alguém escreve, pode ser um desenho, uma pintura…que alguém faz com a sua imaginação, emoção e talento e que todos nós podemos ver e admirar.
A arte tem muitos e diferentes formas de se expressar mas, expressa sempre os sentimentos de alguém e desperta em quem a aprecia os seus próprios sentimentos.
Ficamos felizes quando ouvimos uma música de que gostamos, quando lemos um poema que nos agrada ou quando vemos um desenho ou uma pintura que achamos bela.
Tudo isso nos pode fazer felizes e sonhar.
A arte tem muitas formas de expressão e tem muitos “apelidos”:
Musica, poesia, conto, dança, escultura, cinema, teatro, desenho, pintura, etc.
A arte tem muitos “apelidos”, “nomes próprios” e muitas “modas”.
A “moda” da arte de hoje chama-se surrealismo e pode aplicar-se à escrita, ao desenho e à pintura, como vamos ver. Esta arte nasceu no início do séc. passado, entre as duas Grandes Guerras. Tem quase 100 anos.
O “nome próprio” desta forma produzir arte é “cadavre-exquis”. Este nome nasceu e foi batizado em França, num grupo de amigos artistas das palavras que se juntavam para conversar e, para se divertirem inventaram este  “jogo” divertido e criativo.
O jogo joga-se assim: Um amigo começa a escrever uma frase e deixa apenas umas palavras à vista, escondendo as primeiras, dá ao amigo seguinte para continuar…e por aí continuamos.
Pintores amigos destes escultores juntavam-se a eles para a conversa e, logo logo, gostando deste jogo divertido, criaram o jogo para o desenho, que ficou com o mesmo nome.
Dobravam a folha de papel em quatro partes, o primeiro desenhava a cabeça e mesmo na dobra da folha, para baixo, deixava umas pistas pequeninas para o seguinte que, sem ver e pelas pistas, continuava o tronco e os braços. Da mesma forma esse passava ao terceiro que desenhava as pernas e por último o quarto desenhava os pés.
Tudo ficava escondido até que no final…se desdobrava a folha de desenho e todos tinham a surpresa de ver a sua nova “criatura” que era sempre uma obra de arte!
Como a “moda” destes artistas era o surrealismo, para além da forma de se jogar, um jogo de escondidas, as regras do jogo, e muito importantes, eram as seguintes:
O que se escrevia ou se desenhava não tinha, nem devia, fazer sentido no “mundo real”.
Cada um e todos sonhavam e imaginavam e as palavras e as partes dos desenhos que faziam eram do seu mundo imaginário e de fantasia.
Assim os textos pareciam não fazer sentido e os desenhos representavam sempre figuras estranhas, de outro mundo.
Todos os nossos desenhos e textos podem ser arte, basta serem originais e nascerem do mundo dos sonhos e da fantasia. Um mundo que as crianças e os jovens adoram!
Nesse mundo, todos sabemos desenhar e escrever, todos somos grandes artistas a fazer grandes obras, sempre diferentes.
Grandes obras como as que hoje aqui estamos a apreciar e melhor, como as que vocês hoje aqui vão fazer com a ajuda dos jovens mais crescidos que já estudam arte.
Façam de conta que estão a sonhar, deixem a vossa imaginação voar, depois levarão a vossa obra de arte para casa.
Ensinem em casa e aos amigos.
Vão ver como todos podemos ser importantes artistas apenas a imaginar e a jogar.
Façam este jogo na escola e proponham a vossa própria exposição. Será um sucesso garantido.
(Professora Cristina Patrício)


 A BE dá os PARABÉNS à professora Cristina Patrício e aos alunos do 11ºD que participaram neste projeto pelo excelente trabalho que desenvolveram.

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